Afeganistão
O cheiro de pólvora e gasolina pairam pelo ar, disfarçados no mormaço das areias quentes daqui. Fragrância trazida pelos homens do ocidente, em busca do ouro negro, que flui como os rios das encostas.
A visitantes não convidados é dada a permissão de entrada pela força. A roupa pesada carrega uma pele dura, quase que intransponível, de acessórios, apenas cintos e mais cintos carregados com balas, e granadas. Chegam por todos os lados, em imensas caravanas de blindados. A terra treme. Ou ainda pelos céus, os anjos da morte descem a terra, e a prece se perde em meio a escombros e pedras.
Em pouco tempo se ergue uma cidade de barracas, em meio a quilômetros de arame farpado e vigias que quase nunca dormem. Seus olhos não disfarçam a vontade de apertar o gatilho.
A noite chega ao som do toque de recolher. Talvez a hora mais crítica. A resistência sente-se forte para um contra-ataque. Morte pela pátria, por um Deus. A vida é o instrumento, a morte é a arma. Um botão e a manchete do dia seguinte se concretiza. Pressão e combustão provocada, e mais um prédio vem ao chão.
No dia seguinte o jornal pública as baixas. E em meio a poeira e prego, o ódio cresce em uma terra infértil, regado a sangue dos que lá caem.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
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